Frutas contêm polifenóis, substâncias de estrutura química variada que em nosso organismo atuam como antioxidantes, antivirais, bactericidas e anti-enzimáticas, protegendo-nos contra doenças. Em laboratório, os químicos conseguem extraí-los há tempos, porém uma nova pesquisa mostrou que a parte não extraída é cinco vezes maior do que a extraída. Ou seja, muitas pesquisas subestimaram os poderes das frutas e outros vegetais. Se os nutricionistas já recomendavam antes, imagine agora. Aliás, já consumiu sua cota hoje? Lembre-se de que o Ministério da Saúde considera um consumo de 400 gramas de vegetais e frutas importantíssimo para a prevenção de doenças. Acha muito? A sociedade de nutricionistas da Alemanha vai além: recomenda 600 gramas/dia.
A ingestão demasiada de açúcar pode estimular o desenvolvimento de tumores? Um estudo que será publicado nesta semana no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences destaca a muito discutida mas pouco compreendida relação entre glicose e câncer. A pesquisa também tem implicações importantes para outras doenças, como o diabetes. “Sabemos desde 1923 que células tumorais usam muito mais glicose do que células normais. Nossa pesquisa ajuda a tentar entender como esse processo ocorre e como pode ser interrompido de modo a tentar controlar o crescimento dos tumores”, disse Donald Ayer, professor do Instituto de Câncer Huntsman da Universidade de Utah e um dos autores do trabalho.
Durante o crescimento de células normais ou cancerosas ocorre um processo no nível celular que envolve tanto a glicose (açúcar) como a glutamina (aminoácido). Esses dois são essenciais para o crescimento celular e acreditava-se que funcionassem de modo independente.
O novo estudo mostra que glicose e glutamina são interdependentes. Os pesquisadores descobriram tal relação ao observar que, ao restringir a disponibilidade de glutamina, a utilização de glicose também era interrompida.
“Em resumo, se não temos glutamina a célula entra em uma espécie de curto-circuito por causa da falta de glicose. Isso, por sua vez, suspende o crescimento das células tumorais”, disse Ayer.
O trabalho do pesquisador e de seus colegas focou em uma proteína chamada mondoA, responsável por ligar e desligar genes. Na presença da glutamina, a proteína bloqueia a expressão de um gene conhecido como TXNIP.
Estima-se que o TXNIP seja supressor de tumores, mas, quando é bloqueado pela mondoA, ele faz com que as células passem a ingerir glicose, o que, por sua vez, estimula o crescimento de tumores.
Segundo Ayer, a próxima etapa da pesquisa enfocará o desenvolvimento de modelos animais para testar como o controle da mondoA e da TXNIP pode ajudar no controle do desenvolvimento do câncer.
Correr, nadar, pedalar ou jogar bola por pelo menos 30 minutos ao dia não só previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como reduz à metade o risco de câncer, segundo um estudo publicado na segunda-feira (27) pelo British Journal of Sports Medicine. A pesquisa indica que, quando uma pessoa pratica esportes de média ou alta intensidade, o consumo de oxigênio aumenta e ajuda o corpo a combater diversos tipos de doença, entre elas o câncer.
Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores das universidades finlandesas de Kuopio e Oulu acompanhou por quase 17 anos os hábitos de vida de mais de 2,5 mil homens adeptos de práticas esportivas e que tinham de 42 a 61 anos de idade. Do total dos participantes do estudo, 181 morreram em decorrência de algum tipo de câncer. Os mais frequentes foram de pulmão, próstata, cérebro, na região gastrointestinal e nos nódulos linfáticos.
Ao longo da pesquisa, os cientistas estudaram os hábitos esportivos dos voluntários para determinar, em unidades metabólicas (MET), qual a quantidade de oxigênio consumida durante a prática de exercícios segundo a intensidade do mesmo. Foi constatado, por exemplo, que a quantidade de oxigênio consumida numa caminhada normal, numa caminhada acelerada e durante o nado é de 4,2 MET, 10,1 MET e 5,4 MET, respectivamente.
Em média, a quantidade de oxigênio consumida por todos os voluntários em seus exercícios era de 4,5 MET. Por dia, eles dedicavam 66 minutos, em média, a atividades físicas. Vinte e sete porcento não dedicavam nem meia hora de seu dia à prática de esportes.
Com esses dados em mãos, os pesquisadores concluíram que um aumento de 1,2 MET na quantidade de oxigênio consumida durante exercícios reduz os riscos de câncer, especialmente de pulmão e na região gastrointestinal.
Durante o trabalho, os cientistas avaliaram outros fatores exógenos, como a idade, o consumo de álcool e tabaco, a alimentação e o índice de massa corpórea de cada um.
A prática regular de atividades físicas é uma forma reconhecida de manter a saúde, inclusive da função cognitiva, e melhorar a qualidade de vida. Porém, segundo estudo recente da Universidade de Toronto, no Canadá, o excesso pode ser prejudicial para a memória das mulheres. Envolvendo 90 mulheres com idades entre 50 e 63 anos, todas na menopausa, o estudo indicou que quanto mais elas se engajavam em atividades extenuantes – como natação competitiva, corrida, aeróbica, basquete e ciclismo em subidas – pior era sua pontuação em oito testes da função cognitiva, principalmente em memória e atenção. Por outro lado, exercícios moderados, como caminhada, teriam efeito protetor.
“As pessoas frequentemente pensam que, se um pouco (de exercícios) é bom, muito é melhor. Mas isso não é o caso aqui”, explica a pesquisadora Mary C. Tierney. Segundo os autores, muitos estudos indicam que os efeitos benéficos dos exercícios se devem à redução dos níveis dos estrógenos, porém, como esse hormônio é conhecido por afetar positivamente o cérebro da mulher, essa pode ser a chave para entender por que muito exercício atrapalha a memória.
Pesquisa apresentada na Conferência internacional de Alzheimer sugere que a adesão à dieta mediterrânea pode diminuir o risco de demência. Os conferencistas também ligaram essa dieta à redução da pressão arterial e, portanto, menor risco cardiovascular. A dieta prima pelos cereais integrais, frutas, vegetais, peixes e gorduras de boa qualidade (azeite, nozes e castanhas). O consumo de carne vermelha, frango, açúcar e doces é reduzido.
Seguir uma dieta vegetariana pode ser uma boa maneira de diminuir o risco de doenças crônicas como diabetes, obesidade, hipertensão e câncer, afirma a Associação Dietética Americana (ADA), que publicou nesta semana uma atualização de suas recomendações sobre alimentação saudável no Journal of the American Dietetic Association. Segundo os nutricionistas da ADA, não há dúvidas de que uma dieta vegetariana bem planejada é uma opção saudável para crianças, adolescentes e adultos. "A Associação Dietética Americana reconhece que uma dieta vegetariana bem planejada, incluindo o vegetarianismo completo (que exclui todo tipo de carne e ovos) e o veganismo (que exclui carnes, ovos e laticínios), pode ser saudável, nutricionalmente completa e traz benefícios na prevenção e no tratamento de certas doenças. As dietas vegetarianas são eficazes em todas as fases da vida, incluindo na gravidez, na lactação, na primeira infância, na adolescência e para atletas", divulgaram em nota os nutricionistas Winston Craig e Reed Mangels, conselheiros da ADA.
Os nutricionistas aproveitaram para enfatizar o bom resultado de inúmeros estudos que ligam uma dieta com menos carne a um risco menor de uma série de doenças. Quem é vegetariano ou exclui a carne do cardápio alguns dias da semana tem menos colesterol alto, problemas cardiovasculares, hipertensão e diabetes tipo 2, afirmaram Craig e Reed. Quem segue esse tipo de dieta também tende a comer menos gorduras saturadas e mais fibras.
A Associação Americana de Nutricionistas atualizou sua posição sobre dietas vegetarianas. Desde a última versão, a associação já declarava que a dieta vegetariana é saudável, adequada nutricionalmente e pode fornecer muitos benefícios à saúde, incluindo a capacidade de prevenir e tratar diversas condições como o diabetes e as doenças cardiovasculares. Dietas vegetarianas bem planejadas são apropriadas em qualquer estágio da vida (gestação, lactação, infância, adolescência, fase adulta, velhice) e também para atletas. Agora, a revisão incorpora tópicos com nutrientes importantes para os vegetarianos, e as seções sobre gestação, sobre osteoporose e sobre câncer foram expandidas.
Mais de um terço dos adultos e idosos e 70% dos adolescentes consomem açúcar além do limite estabelecido pela OMS e pelo Ministério da Saúde, revela um estudo feito pela USP (Universidade de São Paulo) com mais de 2.000 moradores da cidade de São Paulo. Além de não ter valor nutricional, o açúcar em excesso foi associado ao déficit de nutrientes. Segundo as autoras, apesar de o Brasil ser um dos principais produtores mundiais de açúcar proveniente da cana, não há estudos populacionais que investiguem esse consumo entre os brasileiros. Os resultados são fruto de duas pesquisas feitas a partir de um mesmo banco de dados. Uma delas focou na análise dos adultos e idosos e a outra, no consumo dos adolescentes. Os trabalhos investigaram a ingestão do açúcar presente nos alimentos industrializados e do de adição (aquele que é acrescentado aos preparados).
Entre as pessoas com consumo excessivo, o açúcar representa, em média, 12% das calorias ingeridas diariamente, contra os 10% recomendados. Em alguns casos, esse valor chegou a 25%. Embora o valor não seja tão alto, ele causa preocupação. "O valor de 10% já é o limite. Além disso, o maior consumo de açúcar associou-se à menor ingestão de alguns nutrientes, como proteína, fibras, zinco, ferro, magnésio, potássio, vitamina B6 e folato", diz a nutricionista Milena Bueno, uma das autoras da pesquisa.
Além de causar cáries, os alimentos açucarados levam facilmente ao ganho de peso -fator agravado porque normalmente esses produtos contêm gorduras. E a obesidade está relacionada a várias doenças. Alguns estudos também sugerem que os doces despertem uma espécie de vício. "A pessoa passa a querer mais", afirma Luciana Bruno, nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes.
A maior prevalência do consumo exagerado ocorre nos adolescentes. Mas a pesquisa revelou que, em média, 37% dos adultos e idosos abusam do doce. Entre as mulheres adultas, 40% ultrapassam os limites, contra 35% dos homens. Nos idosos, as taxas são 30% e 23%, respectivamente.
Os refrigerantes foram os maiores responsáveis pelo excesso de açúcar consumido por adolescentes e adultos. Nos mais jovens, a bebida responde por 34,2% do açúcar ingerido pelos meninos e 32% do açúcar ingerido pelas meninas. Já os alimentos achocolatados em pó representam 11% do consumo. Entre os idosos, a principal fonte foi o açúcar de adição. "Provavelmente pelo consumo em cafés e chás", acredita a nutricionista Milena Bueno. Mas itens como bolachas recheadas, bolos prontos, sucos industrializados e cereais matinais também contribuíram.
A pesquisa ouviu 793 adolescentes, 689 adultos e 622 idosos. Os voluntários, todos residentes em São Paulo, foram selecionados a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, e responderam a um questionário detalhado sobre a consumo de alimentos no dia anterior. "É uma amostra que pode ser considerada representativa do município de São Paulo", diz a nutricionista Ana Carolina Colucci, também autora do trabalho.
"Podemos extrapolar os dados para regiões com as mesmas características, ou seja, a população urbana de grandes cidades brasileiras", acrescenta Milena Bueno. Outras conclusões do estudo revelaram que mulheres consomem mais açúcar do que os homens e que não há diferenças significativas em função do nível socioeconômico. "Não esperávamos encontrar essa alta prevalência de adolescentes com consumo acima do limite máximo", diz Ana Carolina Colucci.
"Isso é preocupante principalmente se considerarmos que o açúcar de adição não é componente essencial à dieta, devendo ser inserido de maneira restrita tanto em relação à frequência quanto à quantidade em uma alimentação saudável", lembra ela.
Para diminuir a dose diária de açúcar, é possível mudar alguns hábitos, como evitar acrescentar o alimento a sucos e vitaminas e diminuir as colheradas em bebidas como café e chás. "Também vale substituir o açúcar branco pelo demerara ou pelo mascavo, que têm a mesma quantidade de calorias, mas menos aditivos químicos", recomenda a nutricionista Luciana Bruno.
Uma experiência realizada na Southern California University e no Centro Médico Cedars-Sinai, nos EUA, mostrou que em indivíduos hipertensos as situações de estresse e raiva não provocam no fluxo sanguíneo mesmo efeito que essas situações geram nas pessoas com pressão arterial normal. Em indivíduos saudáveis, a raiva e o estresse mental causam a dilatação da artéria carótida (que leva o sangue do coração para o cérebro) e aumentam o fluxo sanguíneo em toda a região cerebral. A pesquisa revelou que, nas pessoas hipertensas, o reflexo de dilatação não ocorre. Portanto, a situação de raiva não produz vasodilatação nem mudanças significativas no fluxo de sangue no cérebro.
De acordo com Tasneem Naqvi, um dos realizadores da pesquisa, a vasodilatação inadequada, ou a ausência de dilatação em resposta à situação de raiva ou estresse pode levar à isquemia do miocárdio (má irrigação do músculo cardíaco), aumentando os riscos de quem sofre de doença de coração, mesmo se o quadro estiver estável e controlado.
Para realizar a pesquisa, Tasneem Naqvi e seu colega Hahn Hyuhn avaliaram, por meio de ultra-som, a reatividade da artéria carótida e o comportamento do fluxo sanguíneo em resposta ao estresse.
Participaram da pesquisa dez voluntários saudáveis jovens (entre 19 e 27 anos), 20 voluntários saudáveis mais velhos (entre 38 e 60 anos) e 28 pacientes com quadro de hipertensão na faixa etária dos 38 aos 64 anos.
Durante a experiência, os voluntários foram submetidos a tarefas que provocam estresse mental, incluindo testes aritméticos e de leituras e simulações de situações que levam à raiva. Por meio das imagens de ultra-som, os pesquisadores mediram os efeitos das situações de estresse na artéria carótida e em uma artéria do cérebro. Ao mesmo tempo, foram medidas a pressão arterial e a frequência cardíaca dos participantes.
Já é sabido que, quando não há aumento do fluxo de sangue no cérebro durante atividades mentais, a cognição e o desempenho cerebral podem ser afetados. A descoberta da ausência de dilatação em resposta à raiva e ao estresse mental pode ajudar a identificar os indivíduos com maior risco de eventos cardiovasculares futuros.
Além das descobertas dos efeitos da raiva no fluxo sanguíneo, novos estudos têm mostrado que o sentimento causa mudanças elétricas no coração, que podem predizer arritmias futuras.
A raiva também pode causar o aumento de uma substância relacionada ao estreitamento das artérias, provocando doenças cardiovasculares. Segundo um estudo realizado na Universidade Duke, nos EUA, a raiva e outros fatores comportamentais e psicológicos podem ser os responsáveis por cerca de 50% dos ataques cardíacos em pessoas que não apresentam os fatores de risco tradicionais.
Nota: Portanto, além dos males óbvios e das consequências negativas dela advindas, a raiva também prejudica a cabeça e o coração. O manual da vida, a Bíblia Sagrada, reconhece a raiva como sentimento inerentemente humano, mas aconselha: "Não se ponha o sol sobre a vossa ira" (Efésios 4:26). Ou seja, não deixe que os efeitos da raiva eventual o acompanhem pela noite adentro e amarguem seus dias. Procure resolver as situações que causam atrito nos relacionamentos. O mesmo texto de Paulo aconselha: "Irai-vos e não pequeis." Antes de cometer qualquer atitude indevida movido pela raiva, peça ajuda a Deus, pense em coisas boas, ore a fim de que o mal sentimento se dissipe e a paz e a alegria tragam consigo bem-estar e saúde. "Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou", disse Jesus em João 14:27.[MB]
Um novo estudo realizado na Universidade da Utah, nos Estados Unidos, sugere que mulheres que enfrentam casamentos problemáticos possuem mais chances de sofrer com problemas de saúde. A pesquisa foi feita com 276 casais, com idades entre 40 e 70 anos que apresentavam uma média de 20 anos de casados. Os pesquisadores avaliaram o lado positivo e negativo dos casamentos, além de conferir a saúde dos voluntários. Os resultados mostraram que as mulheres que enfrentavam casamentos com o lado negativo em alta apresentavam um índice maior de depressão, problema que aumentava o risco de doenças cardíacas. O mais interessante é que esse problema só foi conferido nas mulheres. Os homens não apresentaram nenhuma alteração de saúde.
O cardiologista Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula explica que o cuidado com o coração feminino precisa ser grande. "A mulher moderna está ainda mais exposta às doenças do coração. A falta de tempo para se alimentar corretamente, fazer exercícios e manter o estresse sob controle só tende a arruinar sua saúde. Depois dos 50 anos, inclusive, ao entrar no período pós-menopausa, elas tendem a se descuidar de vários aspectos da vida. Mas o coração exige cuidados, já que mata cerca de 150 mil brasileiras por ano", diz.
Até agora, trata-se de uma ladainha familiar: vários estudos sugerem que o álcool, se consumido com moderação, pode promover a saúde cardíaca e até mesmo prevenir a diabetes e a demência. São tantas evidências que alguns especialistas consideram o consumo moderado da bebida – cerca de uma dose por dia para mulheres, duas para os homens – um componente central de um estilo de vida saudável. Porém, e se tudo isso for um grande engano? Para alguns cientistas, essa pergunta nunca vai embora. Nenhum estudo, afirmam os críticos, jamais provou uma relação causal entre o consumo moderado de álcool e a diminuição no risco de morte – somente que os dois elementos geralmente estão juntos. Pode ser que o consumo moderado de álcool seja apenas algo que as pessoas saudáveis tendem a fazer, não algo que as torna saudáveis.
“Quem bebe moderadamente tende a fazer tudo certo – eles se exercitam, não fumam, comem bem e bebem moderadamente”, disse Kaye Middleton Fillmore, sociólogo aposentado da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que criticou a pesquisa. “É muito difícil desmembrar todos esses fatores, e este é o verdadeiro problema.”
Alguns pesquisadores afirmam estar assombrados pelos erros cometidos em estudos sobre terapia de reposição hormonal, que foi amplamente prescrita por anos com base em estudos observacionais similares àqueles sobre o álcool. Perguntas também foram levantadas em relação às relações financeiras que brotaram entre a indústria de bebidas alcoólicas e muitos centros acadêmicos, que aceitaram dinheiro da indústria para o pagamento de pesquisas, treinamento de estudantes e promoção das descobertas.
“O fato é que não houve um estudo sequer realizado sobre o consumo de álcool e os resultados de mortalidade que seja um ‘padrão de ouro’ – o tipo de testes clínicos controlados e randômicos que seriam exigidos para aprovar um novo agente farmacêutico neste país”, disse Dr. Tim Naimi, epidemiologista do Centro de Controle e Prevenção de Doenças.
Até mesmos ávidos defensores do consumo moderado de bebida alcoólica suavizam suas recomendações com alertas sobre os perigos do álcool, que tem sido atrelado a câncer de mama e pode levar a acidentes, mesmo se consumido em pequenas quantidades, além de estar relacionado a doenças do fígado, câncer, problemas cardíacos e derrames, se consumido em grandes quantidades. (...)
Estudos que comparam bebedores moderados com abstêmios têm sido criticados nos últimos anos. Os críticos questionam: Quem são esses abstêmios? Por que eles evitam o álcool? Existe algo que os deixa mais suscetíveis a doenças cardíacas?
Alguns pesquisadores suspeitam que o grupo de abstêmios pode incluir “ex-bebedores doentes”, ou seja, pessoas que pararam de beber por causa de alguma doença cardíaca. As pessoas também tendem a reduzir o consumo de bebida à medida que envelhecem, o que faria do abstêmio padrão uma pessoa de mais idade – e presumivelmente mais suscetível a doenças – em relação à pessoa que bebe com moderação. (...)
Naimi, do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, que elaborou um estudo observando as características de consumidores moderados de álcool e abstêmios, afirma que os dois grupos são tão diferentes que simplesmente não podem ser comparados. Pessoas que bebem com moderação são mais saudáveis, mais ricas e mais instruídas, inclusive recebem melhor assistência médica, apesar de terem mais probabilidade de fumar. Eles têm até mais tendência a ter todos os dentes da boca, um sinal de bem-estar.
“Pessoas que bebem moderadamente tendem a ser socialmente avantajadas de formas que não têm nada a ver com seu consumo de álcool”, disse Naimi. “Esses dois grupos são como bananas e maçãs.” Simplesmente aconselhar as pessoas que não bebem a beber não vai mudar isso, disse ele.
Alguns cientistas afirmam que chegou a hora de realizar um grande teste clínico controlado e randômico, a longo prazo, como aqueles para as novas drogas. Uma abordagem pode ser recrutar um grande grupo de abstêmios que seriam randomicamente orientados a tomar uma dose diária de álcool ou se abster, e então eles seriam acompanhados por vários anos. Outra abordagem seria recrutar pessoas com risco de desenvolver doenças coronarianas.
Entretanto, até os especialistas que acreditam nos benefícios do álcool à saúde afirmam que essa é uma ideia pouco plausível. Grandes testes randômicos são caros, e eles podem não ter credibilidade, a não ser que sejam financiados pelo governo, que provavelmente não assumiria essa tarefa controversa. Existem problemas práticos e éticos em dar álcool a abstêmios sem deixá-los conscientes disso e sem contribuir para acidentes.
Ainda assim, alguns pequenos testes clínicos já estão a caminho, a fim de verificar se diabéticos podem reduzir seu risco de doenças cardíacas ao consumir álcool. Em Boston, pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center estão recrutando voluntários com 55 anos ou mais com risco de doenças cardíacas e orientando-os randomicamente a beber limonada pura ou limonada com um pouco de álcool de cereal, enquanto cientistas monitoram seus níveis de colesterol e examinam suas artérias.
Em Israel, pesquisadores deram a indivíduos com diabetes tipo 2 vinho ou cerveja sem álcool. Eles descobriram que os que beberam vinho tiveram quedas significativas no nível de açúcar no sangue, apesar de somente após o jejum. Os cientistas israelenses estão agora trabalhando com uma equipe internacional para iniciar um amplo teste, com dois anos de duração. (...)
Cientistas americanos descobriram que as pessoas que dormem menos de sete horas têm mais possibilidades de pegar resfriado, de acordo com pesquisa publicada [no dia 12/1/09] na revista especializada Jama. As pessoas que dormem menos de sete horas por noite têm três vezes mais chances de desenvolver doenças respiratórias após exposição ao vírus causador de um resfriado do que aquelas que dormem oito horas ou mais, afirma o artigo. Já havia sido comprovado que o descanso noturno beneficia o corpo, mas a pesquisa acrescenta que aqueles que dormem entre sete e oito horas por noite também são os que têm as menores taxas de doenças coronárias e de morte.
O especialista Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh, Pensilvânia, e seus colegas estudaram entre 2000 e 2004 os hábitos de 153 mulheres e homens saudáveis, com idade média de 37 anos. Os participantes foram entrevistados diariamente durante um período de duas semanas, e tiveram que responder sobre o número de horas que dormiam à noite, o tempo que passavam até pegarem no sono e se se sentiam descansados pela manhã. Depois, ficaram sob quarentena e receberam gotas nasais com o rinovírus comum causador dos catarros.
Durante os cinco dias seguintes, os participantes informaram de todos os sinais e sintomas da doença, e os cientistas coletaram amostras de muco e fizeram exames de sangue para estudar a resposta de seus anticorpos ao vírus.
A pesquisa comprovou que, quanto menos a pessoa dormia, mais chances tinha de desenvolver o resfriado, e descobriu que a baixa eficiência do sono também está associada com o desenvolvimento do catarro.
Os participantes que mais demoraram a conciliar o sono e passaram menos de 92% do tempo na cama dormindo tiveram cinco vezes e meia mais de probabilidades de ficar doentes que aqueles cujo rendimento do sono foi de 98% ou mais.
Segundo os especialistas, sentir-se descansado não tem relação com maior resistência aos resfriados.
Uma possível explicação para a descoberta, informaram os autores do estudo, é que “o sono influi na regulação das citocinas pró-inflamatórias, histaminas e outros mediadores que o corpo libera em resposta à infecção”.
No entanto, a pesquisa conclui que dormir de sete a oito horas de sono por noite é uma meta razoável.
A prática de mais de uma hora por semana de exercícios após os 30 anos de idade pode ajudar as mulheres a reduzir suas chances de desenvolver câncer de mama, segundo estudo apresentado no encontro anual do American College of Sports Medicine. A análise de dados de mais de quatro mil mulheres que relataram seus níveis de atividades físicas em diferentes fases da vida – de dez a 15 anos de idade, 15 a 30, 30 a 50 e de 50 em diante – mostrou que a probabilidade de desenvolver o câncer de mama reduzia significativamente apenas se as mulheres fossem ativas após os 30 anos de idade. Menos mulheres que se consideravam ativas na meia-idade tiveram a doença. Por isso, os pesquisadores recomendam que mulheres com mais de 30 anos se exercitem mais de uma hora por semana, como forma de melhorar a saúde geral e prevenir o câncer de mama.
Bebês amamentados por mais tempo e que têm alimentação mais saudável no primeiro ano de vida desenvolvem menor quantidade de gordura corporal na infância, segundo estudo da Universidade de Southampton, no Reino Unido. Outras pesquisas já haviam tentado fazer a mesma relação, mas os resultados eram controversos. Intuitivamente já se sabia que o aleitamento estava relacionado à obesidade infantil, mas não havia comprovação científica. Foram coletadas informações de 536 bebês aos seis e aos 12 meses de idade. Em um segundo momento, foi definida a composição corporal das mesmas crianças aos quatro anos de idade. As crianças que receberam o leite materno por mais tempo tiveram menos gordura corporal aos quatro anos. Entre as 87 crianças obesas ou com sobrepeso, a amamentação durou cerca de dois meses, enquanto que, para as 449 restantes, estendeu-se por pouco mais de quatro.
A pesquisa também indicou que, independentemente do tempo de aleitamento, as crianças que tiveram uma dieta de desmame com frutas, vegetais e carnes cozidas tinham mais massa corporal magra no corpo.
Os resultados podem ajudar a derrubar a crença de que o leite materno pode engordar o bebê. O ganho de peso no início pode ser muito grande, mas depois, aproximadamente aos quatro anos, o corpo da criança regula esse valor.
A alimentação inadequada nos primeiros anos de vida influencia na quantidade de gordura corporal durante a infância, trazendo consequências futuras. É mais provável que um indivíduo obseso ou com sobrepeso nessa idade mantenha essa condição durante o resto da vida.
Isso acontece porque as células de gordura do nosso corpo se formam dos cinco aos sete anos de idade. Esse número, então, permanece o mesmo ao longo da vida, mas a quantidade de gordura dentro dessas células pode variar. Os adultos com maior quantidade de células de gordura estariam mais propensos a acumular massa gorda.
(Folha de S. Paulo, Seção Saúde, p. C7, 30 de maio de 2009)
Um estudo recente de neuroimagem realizado na Universidade de Bonn (Alemanha), mostrou pela primeira vez o aumento da liberação de endorfinas em certas partes do cérebro de atletas durante duas horas de corrida. Muitas evidências mostram que atividades de longa duração induzem a uma redução de estresse, da depressão e melhora da ansiedade e humor. O sistema opióide endógeno, isto é, o produzido e liberado pelo nosso corpo, age em resposta ao estresse, na regulação da dor e na ação de drogas analgésicas. Existem muitos estudos relatando o estado de euforia durante a corrida, comumente referido em inglês como runner's high. Apesar disso, não existe uma definição aceita sobre o que realmente significa isso (runner's high). Muitos corredores têm a oportunidade de vivenciar um estado de euforia durante a corrida. Enquanto que o estado que eles vivenciam varia grandemente para cada indivíduo, existe um sentimento comum associado com o termo runner's high. Quando se pergunta a uma pessoa sobre o que ela sente durante a corrida, ela normalmente irá dizer que isso é um estado de contentamento que o corredor poderia perceber depois de certa distância ou tempo de corrida. Os corredores não são os únicos que apresentam esse tipo de experiência. Atletas de outras modalidades esportivas também relatam a mesma coisa.
A teoria mais favorável descreve que esses efeitos fisiológicos e psicológicos se devem a alterações no sistema opióide central. A hipótese da endorfina foi deixada de lado porque até hoje esse mecanismo é baseado em medidas indiretas como aumento de endorfinas na circulação sanguínea. Os níveis de endorfinas periféricas parecem não refletir o do sistema nervoso central. As endorfinas liberadas na corrente sanguínea durante o exercício físico fazem parte de uma resposta ao estresse do corpo e não ultrapassam a barreira sanguínea cerebral.
Por muitos anos essa hipótese do corredor permanecia sem muita comprovação. Cientistas da Universidade de Bonn, Alemanha, avaliaram 10 atletas antes e após corrida de duas horas com uma técnica de neuroimagem chamada tomografia de emissão de positrons (PET). A comparação da imagem antes e após duas horas da corrida de longa distância mostraram um aumento da liberação de endorfinas em algumas áreas cerebrais. É interessante observar que as áreas mais ativadas estavam preferencialmente localizadas na região pré-frontal e regiões límbicas, conhecidas por ter uma função importante relacionada com as emoções.
Foi observado também aumento dos níveis de euforia e bem-estar em atletas ou em bem condicionados. Os níveis de depressão, ansiedade, etc., nos atletas, são menores que num individúo sedentário. Esses resultados são importantes para pacientes com dor crônica, uma vez que os opióides são liberados de áreas cerebrais que também estão envolvidas na supressão da dor. Nesse sentido, atividades esportivas de longa duração podem contribuir de forma significativa na redução do estresse, ansiedade, melhora do humor e diminuição da percepção da dor.
(Boecker H, Sprenger T, Spilker ME, Henriksen G, Koppenhoefer M, Wagner KJ, Valet M, Berthele A, Tolle TR. The Runner's High: Opioidergic Mechanisms in the Human Brain. Cereb Cortex. 2008)
As pessoas com boa saúde emocional têm controle de seus pensamentos, sentimentos e comportamentos. Sentem-se bem quanto a si mesmos e têm bons relacionamentos. Entretanto, é importante lembrar que tais pessoas algumas vezes apresentam algumas dificuldades emocionais, podendo ter uma doença mental temporária. Doenças mentais em geral possuem também uma causa física, tal como um desequilíbrio químico no cérebro. O estresse, problemas na família, no trabalho ou na escola algumas vezes disparam doenças mentais ou as pioram. As pessoas que têm boa saúde emocional, quando sofrem algum transtorno emocional transitório podem lidar com ele com menos complicações.
Reconhecer que há a necessidade de ajuda para um sofrimento emocional não é sinal de fraqueza, mas de limite humano o qual todos possuímos, uma vez que não somos deuses. Se uma pessoa necessita de ajuda médica, por exemplo, por causa de uma infecção, por que não precisaria no caso de um transtorno mental como crise de pânico, depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, que não são sinais de fraqueza, mas de “infecções” emocionais. Pensamentos e sentimentos também adoecem e não só o fígado, pulmão, estômago, etc.
Sentimentos positivos ajudam a saúde física. Pessoas que vivem reclamando, resmungando, discutindo com os outros, se irritando facilmente, adoecem mais por causa dos hormônios do estresse secretados em seu corpo devido à tais atitudes negativas, tensas. Os hormônios do estresse, nelas, são produzidos em grande quantidade e prejudicam certas funções orgânicas. O problema não são os hormônios em si, mas a liberação exagerada motivada por estas e outras atitudes emocionais negativas e descontroladas. É como você ficar pisando no acelerador do carro estando em ponto morto com o carro estacionado. O combustível em excesso injetado no motor poderá produzir alterações no seu funcionamento, além do desperdício.
Pensamentos e emoções negativas tomando conta da mente de uma pessoa é correspondente a ficar injetando combustível no motor do veículo sem precisar movimentá-lo. Demasiada cortisona e adrenalina, hormônios do estresse liberados nestas circunstâncias, prejudicam porque eles não são necessários na verdade naquela quantidade e naquela hora. Suas glândulas não têm capacidade de avaliar se é adequado ou não secretar tais hormônios quando você está nervoso, resmungando, irritado sem estar vivendo uma situação de risco de vida real. Situações emergenciais reais para a sobrevivência do organismo liberam tais hormônios para a luta ou fuga, mas quando a pessoa perde o controle emocional por imaturidade e falta de auto-controle, as glândulas obedecem aos pensamentos e sentimentos negativos disparando os hormônios mesmo que não seja bom para o corpo naquela quantidade e momento. Usando o mesmo exemplo do veículo, o motor não tem capacidade para dizer ao indivíduo que ele está parado e por isso não necessita de combustível injetado pelo pisar no pedal do acelerador.
Pensamentos e sentimentos positivos favorecem a saúde, e dentre eles estão o amor, a alegria, a gratidão, a misericórdia, o perdão, a bondade, a mansidão, a esperança. Portanto, cultive-os. Olhe para o lado positivo das coisas, mesmo em meio a alguma dor e problema. Aprenda a mudar a pergunta de “por que isto ocorreu comigo”, para “para que isto ocorreu comigo e o que posso aprender com isto?”. Evite a primeira briga. Decida ter serenidade ao invés de ter que ter razão o tempo todo. Pense antes de agir. Lute para melhorar ou adquirir auto-controle emocional. Cuide bem de seu corpo com exercícios físicos, descanso, dieta saudável. Saúde física e mental são dois lados de uma mesma moeda. Lembre-se de que o que é bom passa, mas o que é ruim também passa. O coração alegre serve de bom remédio.
(Cesar Vasconcellos de Souza, www.portalnatural.com.br)
Homens que comem grandes quantidades de carnes processadas e laticínios não-desnatados têm um esperma de pior qualidade do que aqueles que comem mais frutas, legumes e laticínios com pouca gordura, segundo estudo publicado na revista científica Fertility and Sterility. Avaliando 61 homens espanhóis que haviam se consultado em uma clínica de fertilidade, os pesquisadores descobriram que a metade que apresentava sêmen de pior qualidade, geralmente, consumia mais carnes processadas e laticínios gordurosos. E a ingestão de mais frutas e laticínios magros foi associada à melhor qualidade de esperma.
Os autores explicam que os antioxidantes das frutas podem proteger o esperma contra danos. E outro fator que poderia explicar a relação é o fato de as carnes e laticínios “gordos” exporem os homens a substâncias chamadas xenobióticos – incluindo esteroides e químicas com efeitos similares ao estrogênio, como pesticidas.
Vários são os fatores que predispõem a pessoa a doenças como o câncer (genéticos, por exemplo). Mas chama atenção o fato de que quando vivemos de modo diferente do estilo de vida defendido pela Bíblia (cuja “medicina” é preventiva e baseada na obediência às “leis da vida”), a consequência é o desenvolvimento de males que poderiam, quem sabe, ser evitados. Matéria publicada no Yahoo Notícias dá conta de que hábitos alimentares inadequados também podem levar ao câncer. Leia alguns trechos:
“O filé grelhado se disfarça no meio da saladinha, com fama de comida saudável. Ninguém desconfia das boas intenções de um bife feito na chapa, sem gordura aparente. Esse modo de preparo, contudo, provoca a liberação de substâncias cancerígenas pelo alimento. Assar ou cozinhar a carne é o melhor a fazer para proteger o estômago dessas toxinas, assim como ingerir mais fibras ajuda a preservar a saúde do cólon e evitar o álcool reduz a chance de passar por tumores de boca, laringe e faringe.
“A conclusão de um estudo pioneiro, divulgado há duas semanas, autentica a receita de saúde que a classe médica vem repetindo há anos, feito um mantra: ‘mantenha uma dieta equilibrada, pratique exercícios físicos.’ Medidas populares como essas seriam capazes prevenir 12 tipos de cânceres no Brasil.
“Os resultados da pesquisa Política e Ação para a Prevenção do Câncer, promovida pelo Fundo Mundial de Pesquisas sobre o Câncer, em parceria com o Instituto Americano para a Pesquisa do Câncer, se baseiam na análise minuciosa de sete mil estudos sobre a incidência de tumores de mama, esôfago, rim, vesícula, pâncreas, fígado, próstata, endométrio, cólon, pulmão, além da dupla faringe e laringe.
“No Brasil, que integrou o levantamento ao lado de China, EUA e Reino Unido, os pesquisadores concluíram que, no geral, 30% dos casos de câncer poderiam ser evitados. Para tumores de boca, faringe e laringe o índice chega a 63%. (...)
“A relação entre alimentação equilibrada e prevenção do câncer é tão estreita que o Instituto Nacional do Câncer (Inca) criou um departamento específico para explorar o tema já em 2007, o setor de Alimentação, Nutrição e Câncer. ‘Está claro para muitas pessoas que o padrão alimentar interfere nas doenças cardiovasculares e na diabete, mas em relação ao câncer isso encontra certa resistência cultural. De fato, faz parte da prevenção alterar hábitos já consolidados em muita gente, como abusar do álcool e do churrasco’, explica o nutricionista Fábio Gomes, analista de programas para controle do câncer da instituição.
“Segundo Gomes, a cervejinha do fim de semana pode ser ainda mais nefasta quando acompanhada pelo cigarro. ‘O abuso de álcool tem relação direta com tumores de boca, laringe e faringe. Ele torna a mucosa dessa região mais permeável, facilitando a penetração de agentes cancerígenos, como as toxinas do cigarro. Uma dessas toxinas, o alcatrão, também está presente na fumaça do churrasco e acaba impregnando a carne’, esclarece. (...)
“Até mesmo contra o câncer de mama, considerado um tumor intimamente relacionado à carga genética, há medidas dietéticas eficazes. Segundo o recente estudo, quase um terço deles poderia ser evitado no Brasil. ‘O consumo alto de gordura e a quantidade elevada de gordura corporal alteram o metabolismo da mulher e sua produção hormonal. Assim, fazer a manutenção do peso é uma medida de prevenção fundamental’, analisa Gomes. (...)
“Segundo o especialista do Inca, alguns alimentos, além de gordurosos, contêm outras substâncias que podem estimular os quadros de câncer. ‘Nos embutidos, por exemplo, há conservantes à base de nitritos e nitratos, que em contato com o suco digestivo se transformam em compostos reconhecidos como cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde. Até mesmo as versões light ou diet desses produtos, apesar de apresentarem teor reduzido de sódio ou gorduras, contêm os mesmos conservantes’, alerta o nutricionista.”
A Bíblia, 1.500 anos antes de Cristo, já alertava para o consumo de gordura animal, desautorizando seu uso. Na verdade, se retrocedermos ao Éden, perceberemos que a dieta original estabelecida por Deus consistia de frutas e sementes. Pesquisas recentes provaram ser essa dieta a mais saudável, e a adoção do vegetarianismo reduz significativamente a incidência de câncer, aumentando a expectativa de vida.
Outro tipo de câncer que tem tudo a ver com estilo de vida e que poderia ser reduzido, caso se adotassem os padrões de comportamento bíblicos, é o de colo uterino. Segundo a Dra. Silvana Maria Trippi Moraes Gotardo, diretora médica da Oncoclin Oncologia, estima-se que o câncer de colo uterino seja o segundo mais comum na população feminina. A incidência de câncer do colo do útero torna-se evidente na faixa etária de 20 a 29 anos e o risco aumenta rapidamente até atingir seu pico geralmente na faixa etária de 45 a 49 anos.
Ela aponta os fatores de risco mais comuns: (1) início precoce da atividade sexual; (2) multiplicidade de parceiros sexuais; (3) higiene íntima inadequada; (4) uso prolongado de contraceptivos orais; (5) tabagismo; (6) e, mais recentemente, o vírus do papiloma humano (HPV).
Como profissional de saúde, a Dra. Silvana afirma que “a prevenção de forma primária é realizada através do uso de preservativos durante a relação sexual. O sexo seguro é uma das formas de evitar o contágio pelo HPV”.
Sem dúvida, o preservativo pode ser uma das formas de se evitar contágios, mas seria ele necessário caso fossem seguidas as recomendações bíblicas para a pureza sexual? Sexo com preservativo é mesmo o mais “seguro”? A Bíblia recomenda, além da fidelidade, que o sexo seja reservado para o casamento. Portanto, se fosse seguisse essa simples recomendação tida como moralista e antiquada, a incidência de câncer de colo de útero (sem contar a contaminação por HIV e outras DSTs) teria acentuada redução.
Viver em desarmonia com as leis da vida estabelecidas por Deus é viver perigosamente.
Um estudo divulgado no Jama (revista da Associação Médica Americana) aponta relação entre o consumo de carne vermelha e carnes processadas e maior número de mortes por câncer e problemas cardiovasculares. A pesquisa, uma das maiores já realizadas, analisou dados de 500 mil norte-americanos de 50 a 71 anos de idade. Em dez anos de acompanhamento, morreram 47.976 homens e 23.276 mulheres. Para os pesquisadores, 11% das mortes em homens e 16% das mortes em mulheres poderiam ser adiadas se houvesse redução do consumo de carne vermelha para 9g do produto a cada 1.000 calorias ingeridas - o grupo que mais ingeriu carne vermelha (68g a cada 1.000 calorias) foi o que apresentou maior incidência de morte. No caso das doenças cardiovasculares, a diminuição dos riscos chegaria a 21% nas mulheres se houvesse redução. "A carne processada tem mais sal e gordura saturada, o que aumenta chances de doenças cardiovasculares", diz Daniel Magnoni, nutrólogo e cardiologista do Hospital do Coração.
Para o cardiologista Marcos Knobel, coordenador da unidade coronária do hospital Albert Einstein, além da gordura da carne, o problema é o preparo e os outros alimentos que são somados à refeição. "Se a pessoa come um bife à milanesa ou um bife com ovo frito, já estourou de longe a cota de colesterol."
Além disso, ele alerta para os condimentos. "O sal aumenta o risco de hipertensão arterial sistêmica. Se a carne for processada, é pior porque, além do sódio, geralmente tem óleos para a conservação."
Os riscos de câncer estão principalmente relacionados à forma de preparação de qualquer tipo de carne. Sabe-se que, durante o cozimento em altas temperaturas, são formadas aminas heterocíclicas, substâncias reconhecidamente cancerígenas. As maiores temperaturas são atingidas ao grelhar na chapa e fritar com pouco óleo o alimento. Por esse motivo, indica-se a preparação no forno ou em um cozido.
O churrasco também traz perigo. Durante a preparação, a fumaça do carvão libera alcatrão e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, substâncias também cancerígenas. "A associação é feita principalmente com as carnes vermelhas, porque elas são preparadas mais frequentemente em churrasco ou na chapa", afirma Fábio Gomes, nutricionista do Inca (Instituto Nacional de Câncer).
Segundo o cirurgião oncológico Benedito Mauro Rossi, do Hospital A.C. Camargo, a relação entre consumo de carne e câncer está muito estabelecida, inclusive no Brasil. A distribuição geográfica do câncer do intestino, por exemplo, mostra que no Amapá, a incidência do tumor é de 1,51 caso por 100 mil habitantes, enquanto no Rio Grande do Sul, a terra do churrasco, a incidência é de 28,5 por 100 mil habitantes.
Outro mecanismo desencadeante de câncer seria o excesso de ferro no organismo, ocasionado pelo alto consumo de carne vermelha, importante fonte do mineral. Muito ferro pode causar danos oxidativos e agredir as células do intestino grosso, o que leva ao câncer.
Já as carnes processadas, como linguiças, charque e hambúrgueres, são conservadas com nitritos e nitratos, substâncias, que, no estômago, são transformadas em nitrosaminas, que aumentam as chances de ocorrer um câncer no estômago e no intestino. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que a ingestão de carne (excluindo frango e peixe) não ultrapasse os 300g por semana [imagine então os benefícios da eliminação da dieta cárnea...].
Como a carne vermelha é boa fonte de ferro, é indicado aumentar o consumo de vegetais folhosos verde-escuros, também ricos no mineral.
Centenas de pesquisadores de câncer tomaram parte em um projeto de cinco anos com mais de sete mil estudos clínicos. Os resultados foram publicados agora pelo World Cancer Resarch Fund no relatório “Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Prevenção do Câncer”, informa o newstarget. As carnes processadas são perigosas para a saúde humana por conter aditivos químicos que aumentam em muito o risco de ocorrência de vários tipos de câncer. E o que é carne processada? É aquela geralmente embalada para ter uma longa vida nas prateleiras de supermercados, diferentemente da carne fresca, que tem uma vida muito curta quando refrigerada. O que se deve evitar, de acordo com o documento, são alimentos como bacon, salsichas, linguiças, presunto, carne seca, e carnes usadas em sopas em lata, pizzas congeladas e em recheio de massas congeladas. Grande parte delas contém a substância cancerígena nitrito de sódio. Além disso, elas contêm glutamato monossódico, uma toxina associada a desordens neurológicas. O nitrito é usado para que as carnes pareçam mais “frescas” e o glutamato para adicionar sabor contra os efeitos da degradação.
Crianças que comem regularmente carnes curadas, como bacon, salsicha e presunto, podem ter um maior risco de leucemia, segundo estudo da Escola de Saúde Pública de Harvard, nos EUA. Por outro lado, de acordo com os autores, o consumo de vegetais e produtos à base de soja pode ajudar a proteger as crianças contra esse tipo de câncer. Os pesquisadores descobriram que, entre 515 crianças e adolescentes taiwaneses sem a doença, aqueles que comiam carnes e peixes curados mais de uma vez por semana tinham 74% maior risco de ter leucemia do que aqueles que raramente consumiam esses alimentos. E aqueles que consumiam mais vegetais e soja tinham a metade do risco observado entre as crianças que evitavam esses alimentos.
Embora mais estudos sejam necessários para confirmação, os autores recomendam moderação no consumo de alimentos processados por causa da grande quantidade de sal, açúcar e nitritos presentes nesses alimentos.
A doença de Alzheimer é uma doença cerebral incurável e progressiva, que leva à perda de habilidades mentais, afetando a memória e o aprendizado. Um novo estudo indica que as pessoas que fumam um maço de cigarros ou mais por dia desenvolvem a doença de Alzheimer anos mais cedo do que aqueles que não; e consumir muita bebida alcoólica aumenta o risco ainda mais. Segundo a nova pesquisa apresentada no 60º Congresso da Academia Americana de Neurologia (...) em Chicago, Illinois, essa descoberta poderia levar a importantes ações preventivas contra a doença de Alzheimer. A pesquisa foi realizada no Wien Center for Alzheimer's Disease at Mount Sinai Medical Center, em Miami Beach, Flórida, Estados Unidos.
O estudo envolveu 938 pessoas com idades de 60 ou mais anos, com possível ou provável doença de Alzheimer. Os familiares forneceram informações relativas aos doentes, ao consumo de álcool e ao uso do cigarro. O tabagismo pesado foi definido como um ou mais maços de cigarros por dia; o uso pesado de álcool foi definido como mais de dois drinques por dia. Os pesquisadores também agruparam os pacientes de acordo com se eles apresentavam o gene variante da apolipoproteína E-4 [ApoE-4], que aumenta o risco para a doença de Alzheimer.
O estudo revelou que:
Alcoolistas pesados desenvolveram a doença 4,8 anos antes que aqueles que não bebem tanto.
Alzheimer se desenvolveu 2,3 anos antes em fumantes pesados do que naqueles que não eram fumantes pesados.
O gene variante reduziu a idade de início por três anos.
As pessoas com os três fatores de risco desenvolveram Alzheimer 8,5 anos mais cedo do que aqueles que não tinham fatores de risco.
Segundo os autores, prevê-se que um atraso no início da doença de cinco anos pode conduzir a uma redução em quase 50% o número total de casos de Alzheimer. Caso se possam reduzir ou eliminar pessoas de fumam ou bebem de forma pesada, as manifestações da doença de Alzheimer nos indivíduos poderiam ser atrasadas substancialmente, reduzindo-se o número de pessoas que têm a doença de Alzheimer, em qualquer momento.
(60th AAN Annual Meeting - April 12–19, 2008 - Chicago, Illinois)
Estudo realizado na Universidade Queens, em Belfast na Irlanda, publicado no British Medical Journal, analisou a vida sexual de cerca de mil homens de meia idade durante uma década. Após comparar a qualidade de vida de homens de idades próximas, chegou-se à conclusão de que aqueles que praticam mais sexo vivem até duas vezes mais que aqueles que não têm uma vida sexual ativa. Os benefícios de uma alimentação saudável e de exercícios físicos como yoga e levantamento de peso sempre são muito investigados. Porém, nunca se fez um estudo tão detalhado das vantagens de se ter uma vida sexual ativa.
O sexo pode tonificar vários músculos do corpo, como a pélvis, a barriga e os braços. Diminui a pressão sanguínea, aumenta a circulação e combate o colesterol. Pessoas que praticam sexo com mais frequência têm metade das chances de sofrer um infarto ou um derrame.
Como se não bastasse, é a atividade física que mais queima calorias. Em apenas trinta minutos, 200 calorias podem ser eliminadas. E também diminui a fome, porque libera um tipo de anfetamina que regula o apetite.
Isso sem falar em todo o relaxamento produzido pelo orgasmo, que ajuda a combater o estresse, no fato de que funciona como uma espécie de analgésico natural, e ainda faz com que o corpo libere mais anticorpos que previnem tosses e gripes.
Nota: Outras pesquisas indicam que a vida de casado é mais satisfatória e saudável. Adicione-se a isso o sexo seguro provido por uma relação de compromisso matrimonial e se terá um dos segredos da boa saúde física, mental e emocional.[MB]
Pessoas mais relaxadas e sem propensão a se estressar podem ter menor probabilidade de desenvolver demência, de acordo com estudo divulgado na revista Neurology, da Academia Americana de Neurologia. A pesquisa envolveu 506 idosos que não sofriam de demência ao serem examinados inicialmente. O grupo recebeu questionários para apurar detalhes sobre sua personalidade e estilo de vida. O estudo concluiu que pessoas mais calmas e relaxadas têm 50% menor risco de desenvolver demência em comparação às pessoas com tendência a se estressar. Os participantes foram acompanhados por seis anos e, durante esse período, 144 deles desenvolveram demência.
Nos questionários entregues às pessoas que participaram da pesquisa, as questões relativas à personalidade identificaram pessoas com diferentes graus de estresse. Também foi avaliado o nível de extroversão no diálogo com outras pessoas.
Atavés de análises das respostas, os cientistas constataram que as pessoas que não se estressavam com facilidade eram calmas e satisfeitas, enquanto que as que se estressavam facilmente eram emocionalmente instáveis, negativas e ansiosas.
Os extrovertidos receberam uma pontuação mais alta no questionário e eram socialmente ativos e otimistas, em comparação a pessoas com pontuação mais baixa, geralmente reservadas e introspectivas.
O questionário sobre estilo de vida determinou como cada pessoa participava regularmente em atividades de lazer e sociais.
“No passado, estudos mostraram que estresse crônico pode afetar partes do cérebro, tais como o hipocampo, possivelmente levando à demência, mas outros resultados sugeriram que ter uma personalidade calma e extrovertida combinado com um estilo de vida socialmente ativo pode reduzir ainda mais o risco de se desenvolver demência”, disse o autor do estudo, Hui-Xin Wang, do Instituto Karolinska, em Estocolmo, na Suécia.
“A boa notícia é que fatores ligados ao estilo de vida podem ser modificados, ao contrário de fatores genéticos, que não podem ser controlados. Mas estes são resultados preliminares, então ainda não está claro como exatamente a atitude influencia o risco de demência”, disse Wang.
Nota: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa equidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor. Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4:4-7). “Deixo-vos a paz, a Minha [de Jesus] paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Um tribunal sueco autorizou que uma mulher da cidade de Malmö faça tratamento contra sua dependência de Coca-Cola. Durante anos, ela tem lutado para controlar seu desejo de consumir grandes quantidades do popular refrigerante, segundo o jornal sueco Sydsvenskan. Devido aos maus hábitos alimentares, a mulher tem vários problemas de saúde, como diabetes e pressão alta. Surda desde a infância, a mulher alega que sua dependência é um efeito colateral acarretado por sua deficiência auditiva.
Por causa do vício de Coca-Cola, ela havia entrado na Justiça contra as autoridades públicas na Suécia para ganhar acesso a um tratamento especial.
Embora as autoridades locais de saúde e o Tribunal Administrativo (Länsrätten) concordassem que a mulher tinha problemas graves de saúde, eles haviam negado um tratamento especial para a mulher.
No entanto, ela entrou com um recurso no Tribunal de Apelação (Kammarrätten), que considerou que seu hábito alimentar era uma ameaça à sua saúde. Com isso, a mulher ganhou o direito de fazer um tratamento especial.
Um estudo com ratos oferece prova científica para algo que muitos já sabiam: que o açúcar pode viciar. De acordo com os pesquisadores da Universidade de Princeton, nos EUA, “o abuso de açúcar pode agir no cérebro de formas muito similares ao abuso de drogas”. Nos testes, os roedores que tomaram água com açúcar no café-da-manhã por três semanas apresentaram mudanças comportamentais e neuroquímicas que se assemelhavam àquelas produzidas quando animais ou pessoas usavam drogas. “Esses animais apresentaram sinais de abstinência e até de sequelas de longa duração que se assemelham à fissura”, explicou o pesquisador Bart Hoebel. Apesar de ainda não saber os efeitos em humanos, os cientistas acreditam que os resultados tenham implicações principalmente para pessoas com problemas alimentares, como a bulimia.